O indicador Bandas de Bollinger mantém uma relação intensa com a volatilidade, podendo nos ajudar a antecipar movimentos fortes e identificar pontos de compra e venda.
Para inseri-lo basta clicar em Indicadores e selecionar Bandas de Bollinger.
Observando o gráfico de um ativo ao longo do tempo é possível perceber períodos de alta volatilidade e outros nos quais parece haver uma certa tranquilidade entre compradores e vendedores. A análise detalhada do gráfico, no entanto, nos mostra mais. O preço de um ativo dificilmente foge de uma determinada região, sendo constantemente atraído para uma zona de equilíbrio. Essa zona pode ser identificada com a utilização de médias móveis.
A partir dessas observações, o analista técnico John Bollinger criou as bandas de Bollinger. Elas consistem em duas linhas, uma superior e outra inferior, traçadas a partir de uma determinada distância de uma média móvel.
Esse conceito é, basicamente, o mesmo de envelopes. Nos envelopes, temos também duas linhas as quais são calculadas a partir de um determinado percentual de distância da média. A diferença introduzida por Bollinger está na utilização do desvio padrão. Vamos, então, ver de maneira rápida alguns conceitos de estatística.
Um Pouco de Estatística
Uma única medida de tendência central nem sempre é adequada para descrever, de modo satisfatório, um conjunto de dados. Não basta saber o valor em torno do qual os dados se concentram. É preciso saber o grau de agregação, ou seja, definir e usar mecanismos para quantificar o nível de dispersão dos dados. O desvio padrão é justamente uma medida da dispersão de um conjunto de dados em relação a sua média.
Aplicando esse conceito no contexto da análise técnica de um ativo, tem-se que o desvio padrão é uma medida da volatilidade, ou seja, quanto maior a volatilidade de um ativo maior seu desvio padrão. As bandas são, portanto, traçadas a um determinado número de desvios padrão de uma média.
Na maior parte do tempo os preços estarão reclusos dentro desse limite. Como é possível constatar, existe uma relação direta entre as bandas de Bollinger e a volatilidade. Essa integração é muito interessante e pode ser facilmente percebida graficamente durante acumulações e quando ocorrem acelerações dos movimentos de preços.
Regras de Interpretação
Existem diversas maneiras de se observar e interpretar as bandas, vamos ver algumas delas:
Estreitamento
Muitas vezes ocorre uma diminuição na volatilidade de um ativo em razão de um certo equilíbrio entre demanda e oferta. Essa diminuição tem reflexo direto nas bandas, uma vez que elas se aproximam deixando um canal muito mais estreito. Podendo se tratar de um indicativo de que um forte movimento está vindo.
Observe o gráfico acima do ativo ITUB4. De início de abril até início de maio de 2021 as bandas estreitaram-se, após esse período inicia-se um movimento de alta. Ao mesmo tempo em que o rally iniciou-se as bandas começaram novamente a se afastar refletindo o aumento de volatilidade. Perceba que ocorre uma ascendência de maio a junho e então um movimento de baixa e as bandas permanecem afastadas representando a volatidade do período.
Dessa maneira, as bandas nos fornecem com antecedência o sinal de que pode existir uma oportunidade de trade se aproximando. Podemos tentar descobrir para qual lado o mercado irá com a ajuda de alguns indicadores. Uma técnica é procurar divergências ou avaliar a sobrecompra e sobrevenda através de um oscilador como IFR, e levando em consideração as informações fornecidas pelos indicadores baseados em volume.
Nessas situações, esses indicadores desempenham um papel importante, afinal o volume avalia o grau de comprometimento financeiro dos investidores. No gráfico abaixo, vemos sinalizado pelas setas vermelhas um movimento descendente nos preços precedido por um movimento ascendente, enquanto que o OBV desenvolve uma trajetória ascendente (divergência altista) mais acentuada.
Alcançando as Bandas
Um dos aspectos fascinantes da análise técnica é que mesmo sob as mesmas condições, muitas vezes, dois analistas enxergam o cenário de maneira completamente diferente. A seguir, analisaremos duas perspectivas de uso das bandas que parecem antagônicas em um primeiro momento.
Uma dessas regras diz que quando o preço supera uma das bandas espera-se a continuação do movimento. Essa afirmação é plenamente razoável, visto que o preço superar a banda constitui uma manifestação de força.
Neste gráfico do ativo ITUB4 de maio até junho de 2021 vemos os preços superando as bandas algumas vezes em um movimento de alta. Esta é uma boa maneira de operar e aproveitar a tendência, principalmente para quem administra posições por algum tempo.
Por outro lado, logo após alcançar uma das bandas o mercado reverte para a outra direção, nem que seja uma rápida pausa para respirar antes de continuar a escalada ou a queda. Isso acontece porque ao atingir a linha superior ou inferior, os preços já se distanciaram bastante de sua média e estão vulneráveis a correções. Sob essa perspectiva, a superação de uma banda é na verdade um alerta que sugere a liquidação de posições.
A conclusão é que a estratégia de uso das bandas depende do plano de trade. O objetivo é manter a posição por algum tempo ou realizar trades curtos? Serão trades curtos ou curtíssimos como day-trade? Sob quais condições técnicas acontecerá a saída? Onde estarão os stops? Essas perguntas devem ser respondidas na elaboração do plano.
Outras dicas de uso
Entre outras utilidades, ainda podemos destacar o fato de as bandas serem bons alvos de preços. Assim, um movimento que se inicia sobre uma banda tende a percorrer todo o caminho até a outra. Outro mecanismo interessante, sugere que topos ou fundos feitos fora das bandas seguidos por topos ou fundos feitos dentro são uma boa sinalização de mudança de tendência.
Maiores informações sobre essa ferramenta você encontra no livro de John Bollinger, Bollinger on Bollinger Bands.
Acesse, também, o vídeo abaixo:
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